Lançado em 1958, o livro “Um parque de diversões da cabeça” é considerado o melhor livro do poeta Lawrence Ferlinghetti, fundador de uma das livrarias mais importantes do mundo, A City Lights Bookstore em São Francisco e percussor da geração beat (escritores americanos que se tornaram conhecidos no final da década de 50, e inspiraram o fenômeno cultural, os "beatnicks". Os escritores Beat davam ênfase em um engajamento visceral em experiências com as palavras combinadas com a busca a um entendimento espiritual mais profundo.)
O livro expressa exatamente o que Lawrence quis mostrar, os elementos banais do dia-a-dia, a gíria das ruas, a vida simples e também seu amor pela arte.
Com seu olhar instigante, o autor realça o cenário americano da década de 50, a espiritualidade e a beleza essencial a tudo. Lawrence também trás para seu parque de diversões personagens como Evoca Dante, Goya, Chagall, Kafka, Yeats, Hemingway.
O título, extraído do livro "Into the Night Life", de Henry Miller, segundo o autor, é usado fora do contexto original, mas expressa o que ele sentia ao escrever os poemas, algo como um “circo da alma”.
Na primeira parte do livro, Ferlinghetti grita para o mundo os absurdos da cultura americana e denuncia a sociedade de massas. Já na segunda, as “Mensagens orais”, encontramos discursos espontâneos concebidos para acompanhamento jazzístico. O fechamento se dá com "Retratos do mundo que se foi", grupo de poemas selecionado do primeiro livro do autor, Pictures of the Gone World, publicado em 1955 pela City Lights.
Trecho de poema “Autobiografia”
"Sou um lago na planície. Uma palavranuma árvore. Sou uma montanha de poesia. Uma blitz no inarticulado. Sonhei que todos os meus dentes caíram mas a língua sobreviveu para contar a história. Porque sou um silênciopoético."
Por Fernanda Barros e Talita Moreira
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