domingo, 22 de junho de 2008

A História do sebo mais antigo do Brasil



A bela história da Livraria São José no cenário brasileiro se tem início no ano de 1926, quando a antiga Livraria Briguet se instalou no número 38 da Rua São José, no Centro do Rio de Janeiro. Após muitas discussões e brigas dos sócios, houve uma alteração contratual e a livraria passou a se chamar São José no ano de 1939. Assim, nascia a Livraria São José, o sebo mais antigo do Rio de Janeiro, com José Oliveira Vaz da Silva e Manuel Augusto da Silva como sócio-fundadores.


PRIMEIRA CRISE

Após os primeiros anos de muito sucesso, a livraria vivera sua primeira crise em 1947. Nesta época, com a Segunda Guerra Mundial no seu auge, o comércio de livros foi o primeiro a entrar em decadência, e várias editorias e livrarias faliram em conseqüência da retração ao mercado. Em vista disso, os proprietários da Livraria São José tiveram que passar o negócio adiante, e Carlos Ribeiro, mais conhecido na época como “Carlinhos”, e Walter Alves da Cunha passaram a administrar a livraria.


NOVA FASE

Com a venda, a Livraria São José passou por uma nova fase com os novos sócios, sendo realizada uma grande liquidação de livros para conter a crise que estava instalada. Esta atitude despertou o interesse de muitas pessoas e o sucesso nas vendas foi questão de tempo. Este fato levou a livraria a um grande crescimento junto a seus proprietários, que passaram a ser respeitados e admirados por toda a classe de livreiros, editores e escritores do Brasil.

Durante 20 anos, a Livraria São José viveu a fase áurea de sua história, contribuindo com valiosos feitos em prol da literatura e da cultura brasileira. Neste período, a livraria se associou a gravadora de discos “Festa”, em que grandes poetas, como Carlos Drumond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schimit, Asceno Ferreira e Pablo Neruda declamavam, através de gravações, seus melhores poemas, além de passar a ser ponto de encontro de romancistas, poetas, cronistas, jornalistas, senadores, governadores e até ex-presidentes do Brasil, como João Goulart, Marechal Castello Branco, José Linhares e Marechal Eurico Gaspar Dutra.



Após a fase áurea de sua história, a Livraria São José começava a passar por grandes dificuldades. A livraria, que chegou a ser proprietária de três lojas mudou de sede e em seguida os sócios Carlos Ribeiro e Walter Alves da Cunha se separam e a livraria passou a ser administrada apenas por Carlinhos, e Walter Alves da Cunha, depois de se separar do seu antigo sócio, fundou a Livraria Antiquário.

Sozinho, Carlos Ribeiro não conseguiu conter a crise que se instalara na livraria e a negociou com seu antigo sócio, mas continuava na direção da livraria. Com a venda, a Livraria São José teve que se mudar para Rua do Carmo e esta mudança deixou Carlinhos em uma profunda depressão. Os amigos que o visitavam constatavam a sua profunda depressão e tristeza pelo seu deslocamento. Às vezes surpreendiam-no chorando e dizia que agora estava sobre a proteção de

Nossa Senhora do Carmo. Aconselhado pelos médicos, afastou-se da profissão.
Seus filhos o substituíram na direção da livraria. Em fins de 1979, num gesto característico do seu temperamento depreendido dos bens materiais, Carlos Ribeiro vendeu o seu negócio a antigos empregados, que aprenderam com ele a lidar, vender e amar os livros. Atualmente, dirigida por José Germano da Silva e Carlos dos Santos Vieira dirigem a Livraria São José, que continua a sua importante missão, prestando relevantes serviços às letras e a cultura brasileira e vai muito bem de "saúde", graças á Deus.



Por, Luiz Victor e Danielle Esperon.

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