Como o assunto corre em torno das livrarias e seus respectivos livreiros, não podemos deixar de nos lembrar das editoras que fornecem os clássicos e os livros mais vendidos no mercado. São eles os responsáveis principais pela meca da produção de livros, que analisam um texto, corrigem e, por fim, editam para o público o livro com capa e folhas cheias de frases interessantes e construtivas. Sem as editoras não existiriam livros e nem livrarias cheias de estantes com diversos títulos. O livro é, para muitos, motivo de sucesso, pois o que pode oferecer em termos de cultura e aprendizado é espantoso. Os motivos que levam uma pessoa a comprar um bom livro são diversos, mas no fim, o que interessa são as boas histórias e os bons momentos que ele irá proporcionar.
No dia 11 de Junho de 2008 (quarta-feira), às 18h30, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro (Av. Afrânio de Melo Franco, 290, 2° piso), foi inaugurada uma exposição grandiosa. Uma exposição cuja finalidade é mostrar todo o prestígio e orgulho que Jorge Zahar forneceu para todos que trabalham na editora e para aqueles que compram seus livros. Uma figura carismática, honesta, sincera e apaixonada pela família, teve motivos de sobra para receber uma homenagem bem em frente à Livraria da Travessa. Jorge nasceu em 1920 e faleceu em 1998, aos 78 anos de idade. Completando 10 anos de sua morte, a exposição conta com artefatos que enfeitam e sugerem uma análise sobre o fundador de uma das editoras mais conhecidas do país. Com móveis rústicos de madeira dispostos na frente da livraria com os formatos de “J” e “Z”, fotos e textos ensinam o que essa pessoa pôde fazer para contribuir com a produção de diversos livros, desde sempre lidos por intelectuais, jovens estudantes etc. Uma história de vida realmente incrível e de causar inveja a qualquer um, pois não é todo dia que surgem boas editoras com o ideal de manter seus livros sempre no mercado, que já é bastante competitivo. A exposição conta a história de vida de Jorge Zahar, com enfoque em seus projetos profissionais durante toda sua trajetória.
Na época da ditadura, Jorge Zahar também teve que “segurar as pontas” para não cair no erro, já que a fúria dos militares contra os livros que falavam sobre o comunismo fazia com que fossem insistentemente procurados e apagados da história. Mesmo assim, driblando os acontecimentos da época, muitos clássicos de Filosofia, Psicanálise, Ciências Sociais e pensamentos liberais, de um modo geral, foram adiante e chegaram a ser publicados pela editora. Uma ousadia para a época, mas que mostra definitivamente a garra que ele tinha de querer levar cultura para todos os tipos de pessoas. Os seus primeiros livros editados - alguns clássicos da literatura - podem ser vistos na exposição. O interessante é que o público tem o direito de interagir, pois gavetas foram colocadas estrategicamente para que qualquer pessoa possa manusear, o que torna a exposição muito lúdica e divertida. Em um dos móveis de madeira, uma televisão foi instalada e nela, depoimentos de diversas pessoas surgem para ilustrar e confirmar tudo o que ele era, um homem extremamente inteligente e preocupado com a cultura do país. Esta exposição poderá ser vista até o dia 30 de junho deste ano, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. Em São Paulo, ela acontecerá de 18 a 25 de agosto, na Livraria Cultura. É só conferir!
“A figura do livreiro precisa ser protegida”. (Jorge Zahar)
“Livraria, para mim, seria um lugar do qual eu possa realmente tomar conta. Eu é que teria contato com o comprador de livro. Uma cadeia de livrarias não seria a minha livraria, seria só business. A minha livraria seria sempre aquela ligada a mim, em que eu saberia quando chegariam os livros, quem os compraria, seria eu quem telefonaria para as editoras – como eu fazia antes. Este é um negócio bonito e gostoso.” (Jorge Zahar).
Por Ana Carolina Duque-Estrada.
2 comentários:
Tenho imagens do folheto distribuído no dia da abertura da exposição, vou postá-las muito em breve!!
Agora sim, com as devidas fotos!
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